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  • Foto do escritorDébora Hossi

Reinar com ordem

[Este artigo não apela o voto a nenhum dos candidatos às Presidenciais 2021.]


Hoje abriram as urnas para a eleição de um novo Presidente da República em Portugal. Depois de uma campanha eleitoral que andou nas bocas de todos os portugueses, começou hoje o dia de escolher o futuro desta nação na pessoa do Presidente da República. Mas para os mais ousados é ainda possível questionar: quem pode reinar Portugal com ordem? Quem pode governar organizadamente uma nação para que ela possa experimentar o futuro que o seu povo anseia?


O autor de provérbios escreve:

"Quando um povo vive em desordem, muitos são os que lutam pelo poder, mas um dirigente prudente e instruído reina com ordem." Provérbios 28:2


Logo na primeira leitura conseguimos encontrar a característica para um presidente: prudente e instruído. Estes são os primeiros elementos que devemos procurar no dirigente que começámos hoje a eleger. Será ele prudente em situações que exigem uma solução urgente? Será ele instruído de forma que possa ter em conta toda a informação que existe há sua disposição?


Só este trecho já nos ajudaria a tomar uma decisão. Mas todo o versículo nos ensina qual é o contexto de uma eleição como aquela que vivemos hoje e no próximo domingo.


Precisamos de um presidente porque somos um povo que vive em desordem.


É muito fácil atribuir a culpa de uma sociedade falhada aos seus líderes, mas este versículo começa com a premissa contrária. Quando falamos em termos políticos, há a necessidade de uma liderança forte porque há uma sociedade que vive em desordem, seja ela económica, social, moral ou espiritual.

Portugal é um povo marcado pela luta pelo poder, pelo sangue derramado, pelas hierarquias e pelo colonialismo. E mesmo que não fosse esta a História, as ciências sociais nos explicariam que embora sejamos seres que necessitam de outros, não olharíamos para trás se em causa estivesse a nossa sobrevivência.

É necessário admitir que o nosso passado, por vezes infeliz, e o egoísmo que é inerente ao Homem, faz com que sejamos uma sociedade que vive em desordem há muitos séculos.

Há pessoas e grupos que concorrem uns contra os outros, e uns tornam-se mais fortes que outros, levando a abusos e decadência. Dependendo do grupo que tiver mais influência num dado momento, leis imorais e injustas poderão surgir. E não aparecerão como fruto de uma única mente, mas porque há um lugar onde elas podem proliferar. A nossa agenda política está refém dos desejos egoístas daqueles que tem voz, e não de um povo inteiro.


E por isso a mudança de uma sociedade começa no coração. Começa quando pensamos e avaliamos o nosso papel e começamos a agir para o bem comum.

Será que eu tenho dado palco a uma sociedade desordeira porque quero propagar os desejos egoístas do meu grupo? Tenho eu coragem para quebrar o padrão da pobreza, da injustiça, da misoginia e da exclusão mesmo que isso implique ir contra a cultura onde estou inserido?


Precisamos de um presidente porque muitos são os que lutam pelo poder.


Quando uma sociedade é desordeira, diz-nos o versículo, multiplicam-se aqueles que querem ter poder. Neste tipo de sociedade todos têm uma opinião sobre "como é que as coisas andam para a frente". E muitos há que se consideram ser a solução para o problema da nação.

Mas o versículo implicitamente avisa-nos para sermos cautelosos quando vemos muitos a quererem dirigir uma nação porque eles irão lutar pelo poder.

E logo na luta pelo poder podemos reconhecer o carácter do líder. Ele faz muitas acusações ou dá espaço para o diálogo? Há mais possibilidade dele instaurar o caos ou a paz? Está ele mais interessado em defender o seu ponto de vista ou os interesses daqueles que necessitam ser organizados?


No meio de tantas palavras e debates devemos ser sábios na escolha. Todos os que se levantam irão derramar o seu carácter e sua visão do mundo sobre nós. As suas leis serão o reflexo daquilo que apreenderam ao longo da vida. É com a sua cosmovisão que nos irão liderar e isso pode contribuir para uma sociedade ainda mais desordeira.


É esta análise que devemos fazer quando elegemos um presidente, dentro dos muitos que se levantam para tal. Como é que este candidato se portou enquanto lutou pelo poder? E quando ele estiver no poder, irá ele destilar ainda mais ódio e destruição ou podemos contar com a sua visão do mundo para crescermos em paz?


Precisamos de um presidente porque precisamos de ser guiados em prudência e instrução.


Só depois de explicar o processo de organização de uma sociedade é que o autor de Provérbios reúne as condições de um bom líder: prudente e instruído.

A prudência é importante para que sejam feitas boas decisões.

A instrução é necessária para que conhecendo uma sociedade, os seus grupos, os indivíduos e suas visões do mundo, se opte por uma lei que obtenha o melhor resultado possível para todos.

É por isso que a prudência e a instrução conduz todas as coisas à sua ordem certa.


Mas um presidente imprudente é aquele que age em insensatez e sem ponderação. É um líder que responde ao ódio com ódio porque não reservou um tempo para analisar uma situação em profundidade. Se juntarmos a falta de instrução é a mistura catastrófica para que os indivíduos se incendeiem em guerras uns contra os outros e contra o seu próprio líder. Um mau presidente é o elemento decisivo para a destruição de um povo. Pelo contrário, um bom presidente é aquele que em conjunto com o seu povo transforma uma sociedade caída numa sociedade em crescimento.


Não é preciso muito esforço para entender que necessitamos de um bom presidente para Portugal. E um bom presidente que necessitam as nações do mundo. Nesta fase tão complicada do nosso tempo, onde não conseguimos garantir uma boa saúde pública, deveremos pelo menos conseguir garantir uma ordem económica, social e moral.

Para garantirmos a nossa ordem espiritual sabemos que há um Rei que já reina, e o seu nome é Cristo. Ele reina com justiça e retidão, mantendo a paz do seu povo (Isaías 9:1-7). E embora possa parecer uma utopia, não nos devemos contentar com um presidente que não lute também pela justiça, retidão e pela paz. Até porque isto não é uma fórmula secreta. É a forma divina que Deus desenhou para que os homens vivessem em segurança.


Hoje e no próximo domingo, quando formos às urnas, que presidente queremos eleger?

Quando colocarmos o nosso voto em alguém estaremos a dar um futuro melhor a uma nação inteira ou a continuar um ciclo de desordem e destruição natural da humanidade?


"Aconselho-te antes de tudo, que se ore, que se suplique e que se agradeça a Deus, intercedendo a favor de toda a gente, sem esquecer os que governam e estão investidos de autoridade, a fim de que possamos viver em paz e sossego, conformando a nossa conduta com a vontade de Deus, com honestidade. Isto é bom e agrada a Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade." 1 Timóteo 2:1,3,4

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